Na tarde da última quinta-feira (26.05), estudiosos do Grupo de Pesquisa da Epidemia da Microcefalia (MERG) e do Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães CCPqAM / Fiocruz PE) receberam uma comitiva do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) com o intuito de apresentar os projetos de pesquisas relacionados ao zika vírus e à microcefalia que estão em desenvolvimento na instituição. O encontro foi acompanhado pelo diretor do Aggeu, Sinval Brandão Filho.
Segundo Maria José Douglas, especialista em monitoramento e avaliação da Unicef, a comitiva está visitando alguns Estados brasileiros para conhecer a resposta que o país está dando aos casos de zika e de microcefalia, objetivando fazer uma documentação das informações e, com isso, compartilhar com outros países. Ela ainda reforçou a necessidade de conhecer esse panorama para criar estratégias que auxiliem as crianças microcéfalas e seus familiares e lidar com a situação, além de ajudar as comunidades no combate ao mosquito Aedes aegypti.
Pelo MERG, foram apresentados o estudo de caso-controle, que compara um grupo de crianças, nascidas vivas ou mortas, com microcefalia e outro grupo formado por meninos e meninas sem essa malformação congênita; e a coorte de gestante, que compara um grupo exposto a um fator de risco (gestante com exantema) e outro grupo não exposto (gestante sem exantema), para verificar a infecção pelo zika e as ocorrências de microcefalia e outras alterações neurológicas em crianças. Fizeram as apresentações Thalia Barreto de Araújo (UFPE) e Ricardo Ximenes (UPE/UFPE).
Pelo Aggeu Magalhães, foram detalhados o estudo ecológico, que analisa o uso de larvicida químico para o combate ao Aedes aegypti e os fatores sociais determinantes para a epidemia; os trabalhos desenvolvidos pelo setor de Virologia para o desenvolvimento de vacinas e produtos de diagnóstico do zika; e os estudos sobre o controle do vetor. Os dados foram expostos por Wayner Vieira de Souza, Rafael Dhalia e Constância Ayres, todos pesquisadores do Aggeu.
De acordo com Cristina Albuquerque, chefe da Sobrevivência Infantil e Desenvolvimento da Unicef Brasil, o encontro dará subsídios para auxiliar nas propostas de intervenção da Organização Mundial de Saaúde (OMS). Ela disse que foi importante ter o olhar da academia sobre a situação e que saber mais sobre as pesquisas em desenvolvimento possibilitará a Unicef dar suporte ou fazer conexões com outros trabalhos semelhantes que estão sendo feitos em outras instituições.
Atualmente, a Unicef tem trabalhado para contribuir com o controle do vetor do zika vírus, nas mobilizações sociais nas comunidades, no cuidado e apoio às crianças com microcefalia e seus familiares e no desenvolvimento de vacinas e métodos de diagnóstico rápido.