Primeiro Estado a verificar a mudança no padrão de ocorrência da microcefalia, e pioneiro na notificação dos casos, na organização da rede de atendimento aos pacientes e nas pesquisas na área, Pernambuco recebeu, nesta terça (03.05) e quarta-feira (04.05), uma delegação da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS) para trocar experiências sobre o assunto, apresentar a situação atual do Estado e visitar unidades de atendimento. O grupo foi recebido por técnicos e pesquisadores das secretarias de Saúde do Recife e de Pernambuco, além do Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães (CPqAm/Fiocruz-PE), que coordena um grupo intersetorial de pesquisa sobre a relação do vírus zika com a microcefalia.
Vieram ao Estado o gerente da Área de Vigilância, Controle e Prevenção de Doenças da Organização Pan-America da Saúde (Opas/OMS), Marcos Espinal; o coordenador da Unidade Técnica de Doenças Transmissíveis e Analise da Situação de Saúde da Opas Brasil, Enrique Vazquez; o diretor de Estratégias do Escritório da Diretoria Geral da OMS, Christopher Dye; o assessor técnico de Análise de Situação da Opas, Juan Cortez; e o assessor Internacional do Ministério da Saúde, Eduardo Fujikawa. O diretor da Fiocruz PE, Sinval Brandão Filho, recepcionou o grupo na instituição, juntamente com diversos pesquisadores.
O primeiro encontro, na terça, foi no Imip. À tarde, a comitiva esteve no Aggeu Magalhães, onde o grupo conheceu o estudo de caso-controle, que compara um grupo de crianças, nascidas vivas ou mortas, com microcefalia e outro grupo formado por meninos e meninas sem essa malformação congênita. Os pesquisadores da UFPE e UPE, Ricardo Ximenes e Thália Barreto, que integram o Grupo de Pesquisa da Epidemia da Microcefalia (MERG), fizeram a apresentação. Também foi apresentado estudo sobre a possibilidade do mosquito Culex quinquefasciatus também ser vetor do vírus zika. Os visitantes ainda conheceram o insetário da instituição e outros trabalhos relacionados ao zika.
Na quarta, o grupo também esteve no Hospital Barão de Lucena, unidade de referência ao atendimento às crianças com microcefalia e onde o MERG realiza a investigação dos casos de microcefalia (caso-controle). Também houve acompanhamento de ação de campo para controle vetorial no distrito sanitário IV do Recife (Zona Oeste).
Em fevereiro, a diretora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Margaret Chan, e a diretora da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), Carissa Etienne, também estiveram no Estado para debater sobre o tema com os pesquisadores.